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Neighbours

por Inês Dantas, em 21.07.14

I can remember an Australian soap opera called Neighbours, where the introductory song’s lyrics were ‘Neighbours, everybody needs good neighbours (…)’ I’ve always had a good relationship with my own, naturally being nice and helpful. Besides the compulsory salutation when we meet, I always ask one or two questions or make a circumstantial comment. Recently I met ‘K’, a couple with Turkish origins but who’ve been living here for a long time. In one of our chats they told me they were going to their allotment in the suburbs; I was interested where it was, what they grew, so we spoke for while, wished a nice day to each other and said goodbye.

When I arrive home at night, I had a bag hanging on the door handle. Intrigued about its contents and origins, I check what it is. To my surprise I find two lettuces and several peppers.

I smile!

The next day, I see Mrs. K and thank her dearly. She’s with her son, whom I’d seen several times. He’s a teenager, and I distinctly recall him frequently wearing hoodies. I always found him very nice, but I didn’t know he was her son. I tell her that (except the part of the hoodies), and she smiles proudly.

Some days went by…

Yesterday, after work, I was eating an ice-cream with ‘U’, and I realise the time: I have 10 minutes to get to the supermarket, I still have to buy a lettuce to make a salad, so I luckily arrive shortly before it closes and go home, with the lettuce in hand. I arrive to the door, and there it is again: a hanging bag. I think: “It can’t be; not again!” Besides a lettuce and cucumbers, there is a kilo of raspberries and some gooseberries. I can’t believe it. I go down, knock on the K family’s door. She opens and greets me, I thank her a lot, she calls her husband, I thank them again, they tell me to wait and come back with a plate full with dolmadakias (I only know the greek name). I like dolmadakias. A lot. Thinking I should taste one, Mrs. K says no, telling me that they are for us, for dinner! I remain speechless. I come back home with the plate full of dolmadakias and decide that during the weekend I’ll  make her a Portuguese surprise…

 

So here it goes--an excerpt of the lyrics of the song:

 

 ‘Neighbours, everybody needs good neighbours

With a little understanding, you can find the perfect blend

Neighbours, should be there for one another

That's when good neighbours become good friends

 

Neighbours, everybody needs good neighbours

Just a friendly wave each morning, helps to make a better day

Neighbours, need to get to know each other

Next door is only a footstep away (…)’

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publicado às 17:00

Singapura a melhor cidade para se ser estudante? NOT!

por Francisca F. de Almeida, em 04.03.14

Hoje a BBC publica a cidade com custo de vida mais caro do mundo... e isso é onde?
Em Singapura... onde resolvi ser estudante com bolsa da FCT por 4 anos...

Não que a bolsa da FCT para o estrangeiro seja má, atenção, mas com estes níveis não há bolsa que aguente :(

publicado às 14:45

flexões com dois dedos...

por Francisco Teixeira, em 10.02.14
...aos 82 anos.

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publicado às 23:54

Estádio da Luz

por Francisco Teixeira, em 09.02.14

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publicado às 19:19

Sentir o pulso à cidade

por Inês Dantas, em 03.02.14

Dresden Frauenkirche ©FW

Não é fácil sentir o pulso a uma cidade. Muitas apresentam-se com uma fachada representativa que pouco tem a ver com a vida real que se desenrola por detrás. Dresden é uma delas. A sua fachada barroca reconstruída reveste-se de monumentalidade. O Zwinger, excelente momento de ‘Gesamtkunstwerk’, a Semper Opera, a Hofkirche,… Uma outra monumentalidade vive-se na Pragerstr., com os edificios de raíz modernista num paraiso artificial do consumo. No entanto, atravessando a ponte sente-se uma outra Dresden, a Neustadt, sítio da chamada ‘szene’. Aqui os quarteirões tinham ligações no interior para permitir atravessamentos e vive-se uma atmosfera que me faz lembrar Viena.  Nem parece a Dresden destruída pelas bombas de fósforo na Segunda Guerra Mundial.  Do outro lado, a Frauenkirche reconstruída mantém as pedras negras originais que relembram o passado doloroso… Este faz-se igualmente sentir nos constantes vazios da cidade. A guerra destrói, vidas, cidades, territórios que carregam memórias. Depois da destruição trágica fica a questão de o que fazer, ou reconstruir, ou planear de novo, como recomeçar,… Cada caso é um caso e tem que ser visto com muita sensibilidade, de forma a não criar por um lado Disneylands ou Las Vegas da memória ou, por outro lado, fazer tabula rasa completa e ignorar histórias e narrativas. Não valem generalizações e não há formulas pré -estabelecidas…

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publicado às 09:38

Multam tudo. Que tal cócós não limpos?

por Francisco Teixeira, em 30.01.14

“Uma das grandes queixas das pessoas tem a ver com o cocó dos cães, e essa situação só tem uma solução que é as pessoas que passeiam os cãezinhos apanharem o cocó dos cãezinhos. Esta é a solução. Tudo o resto são remendos”.

 

 

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publicado às 21:16

Ciência do Tráfego Pedestre

por Inês Dantas, em 28.01.14


A propósito do meu post anterior, a Wired, esta semana, diz-nos que existe uma ciência no tráfego pedestre que nos pode ajudar a desenhar melhores cidades. Aqui segue o artigo com análises do Space Syntax: link

publicado às 14:27

Lisboa na CNN

por Francisco Teixeira, em 27.01.14

Eles ainda só descobriram 7....

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publicado às 12:50

Caminhar tempestade acima

por Inês Dantas, em 27.01.14

Atravessando o Regents Canal, Londres  24.10.2013

Senior foi um arquitecto londrino que caminhava todos os dias, de manhã, até ao atelier e, à noite, de volta até casa. Era um verdadeiro entusiasta da caminhada, ao ponto de um dia decidir ir a pé até à Índia. E foi. Andar a pé era para ele uma prática necessária para organizar pensamentos, desenvolver projectos, preparar e digerir o dia. Muito mais do que a actividade física era uma prática de pensamento.

Mudei-me para Londres no início de 2009. Vivia-se a recentemente estalada crise. Os efeitos faziam-se sentir a vários níveis na cidade e no comportamento diário das pessoas. Os restaurantes estavam quase vazios; programas de sábado à tarde/noite com os amigos incluíam piqueniques e churrascos no parque, festas em casa, muito mais do que saídas até pubs, bares e discotecas; a Timeout multiplicava-se com sugestões do que fazer em Londres por pouco dinheiro; os restaurantes ofereciam o credit crunch lunch; e, uma mudança curiosa, as pessoas começaram a andar mais a pé.

Um amigo que vivia em Finsbury Park e trabalhava no Soho começou a fazer este percurso diariamente a pé, cerca de uma hora, ganhando tempo de pensamento. De um momento para o outro, caminhar tinha-se tornado uma prática crítica, por defeito.

Fiz várias vezes o percurso casa – universidade a pé, atravessando Primrose Hill, Regents Park, Portland Place (onde fica o RIBA e pelo consulado português), Fitzrovia, Tottenham Court Road e chegando à University College London. Nestes momentos, o encontro com outras pessoas acontece: a observação directa do que se passa em volta e a possibilidade de interacção.  Caminhar, andar a pé torna-se passear, criar encontros, potenciar a percepção do mundo em redor. Ao mesmo tempo, a actividade constante do caminhar e observar permite libertar os pensamentos da rotina, levando-os a dar um passeio. As palavras passeio em português, Spaziergang em alemão, stroll em inglês, promenade em francês, passeggiatta em italiano denotam não uma necessidade mas sim uma escolha. ‘Vou dar um passeio’ é uma actividade lúdica, ligada a um certo hedonismo, na maioria dos casos urbano, pois quando esta actividade é num outro contexto (rural, paisagístico) tem outros nomes (tal como em alemão wandern). 

Caminhar, passear era também a forma de experienciar o jardim pitoresco. A noção de tempo era muito importante neste conceito. A proximidade com a natureza era vista como uma prática crítica com implicações políticas. (Tal como o jardim geométrico francês está associado ao absolutismo, o jardim pitoresco de raiz inglesa está associado ao liberalismo.) Caminhar pelos jardins traria benefícios, pois como refere Hill, naquele tempo, natureza estava ligada à virtude moral.

No século XIX Thoreau fazia caminhadas ignorando fronteiras de propriedade, ligando-se estas caminhadas as suas ideias em desenvolvimento.

No século XX o conceito de flâneur de Benjamin (influenciado pela poesia de Baudelaire)  foi adaptado do comportamento da sociedade francesa do século XIX e dá um sentido lúdico ao passeio. ‘Flanar’ adaptado em português significa caminhar sem rumo, tal como uma pessoa escolhe perder-se numa cidade para a ir descobrindo. Criticando este termo como típico do burguês sem melhor ocupação, os Situacionistas adaptaram o conceito para dérive. Esta era, entre outras coisas, uma crítica ao consumismo e à sociedade do espetáculo. Assim nascia a psico-geografia associando estados emocionais a lugares.

De Certeau fala-nos da prática do dia-a-dia e do papel do caminhar. Rendell descreve-nos passeios criticos onde ficção e realidade se misturam, inspirados pelo unheimlich de Freud.

Shklovsky escreve que caminhar se torna mais fácil quando se esta distraído, quando um evento qualquer acontece em paralelo, como por exemplo caminhar quando se está entusiasmado no contexto de uma discussão (‘talking up a storm’). Ao escolher o título para este post criei a expressao ‘caminhar tempestade acima’ usando tempestade em sentido metafórico, significando um caminhar que afronta adversidades.

Depois de termos então viajado por algumas situações do caminhar metamorfoseado em passear, ‘flanar’, ‘derivar’ estamos aptos a analisar as cidades portuguesas à luz desta prática.

Quando estudava em Coimbra o meu percurso diário atravessava o Jardim Botânico. No regresso já estava fechado, mas à ida era como um presente, todos os dias de manhã: um espaço aberto à fantasia, a passagem do tempo, as diferentes estações do ano, os diferentes ritmos... A minha passagem por este cenário era de cada vez diferente, de cada vez alterada pelo passeio em si, colocando-me apta a observar o ambiente em meu redor e a reflectir sobre ele.

O clima em Portugal é ameno (pelo menos fora das casas). Reunimos as condições ideais para sermos um país perfeito para andar a pé. Temos sempre a desculpa da topografia para justificar não andar de bicicleta, mas essa desculpa já não se aplica ao acto de caminhar.

Nos tempos de crise que vivemos, não poderá o caminhar ser uma das práticas críticas que andamos à procura? Mais do que poupar uns euros em gasolina e poupar o ambiente a emissões, podermos, ao mesmo tempo, ganhar um espaço de pensamento? Este espaço permite encontrar outros, entender o que se passa à nossa volta, porque fechou aquela loja, porque abriu a outra, hoje o engraxador está bem disposto, a florista fez uma promoção, e por aí fora. Dar tempo para absorver o mundo e experienciar micro-territórios, completar o passeio. Acredito que esta prática possa mudar as cidades.[1] É semelhante ao que Mendes da Rocha refere como a dimensão política da cidade: uma cidade favorável à criação de encontros. E é nestes encontros que nos tornamos mais cidadãos. Então acho que cheguei à minha conclusão: caminhar potencia a cidadania.

E a chuva? Que se caminhe... mesmo que seja tempestade acima!

 

 

 

P.S. Amanhã, que tal ir a pé até ao trabalho? A quem aceitar o desafio, convido a partilhar aqui a experiência, pequenos episódios, observações de circunstância, encontros fortuitos, tudo o que seja relevante para o passeio...



[1] Vamos a isto, ponto de interrogação. Lisboa podia começar e criar programas de incentivos, juntamente com o comércio local, a quem andasse a pé. Fosse através de apps que gravam os roteiros e depois de x quilómetros o feliz contemplado ganharia uma bica no próximo café; ideias não faltarão.  Os entusiastas do equipamento procurariam como primeiro passo o equipamento certo para andar a pé, sapatos de caminhada. Pois então que a nossa indústria de calçado faça propostas de design interessante e crie campanhas onde todos podem ganhar.

 

publicado às 10:04



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